O Conselho Máximo Mundial composto por onze membros se reunia em caráter extraordinário. Dirigindo-se para o convidado, ex-membro do Conselho, acomodado na outra extremidade da mesa, o presidente, após ter mantido breve conversa sobre a situação, explicou:
– Ilustrando entenderá. Dias atrás flagrei, em plena via pública, dois jovens trocando sopapos. Havia inclusive torcida. Saturado de assistir à grotesca cena, ignorei os cuidados dos seguranças, rigorosamente, atentos. Desci do automóvel e apartei os galos-de-briga. Em casa, refleti sobre a minha determinação empregada no episódio. Justamente, nessa noite, mais uma festa na residência dos Boris acontecia. As residências do condomínio em que residimos ficam de duzentos a trezentos metros uma das outras. Mas as festas realizadas na residência dos Boris são comemoradas para que todos os moradores do condomínio e adjacências participem. Lá residem os Boris, os Tulios, os Bulios e tantas outras famílias que prezam pela nobre política de boa vizinhança. Conceito esse que também aprecio. Porém, tolerado até aquela noite. Despertou-se em mim que saudável política de boa vizinhança é aquela quando há respeito mútuo. Eu sei o que os Boris são. Eles também sabem o que sou. Então, contagiado pela ação narrada há pouco, telefonei para a administração do condomínio e disse que a, partir daquela noite, as festas realizadas na residência dos Boris teriam de ser ponderadas. Caso contrário, a residência seria arrancada pela fundação...
– Acataram? – indagou o ex-membro.
– As três recentes últimas festas foram realizadas para eles.
A conselheira Helaise, que durante a fala do presidente não tirou as vistas sobre ele, entusiasmada diz:
– Será a nova ordem mundial.
– Ora, somos membros do Conselho Máximo Mundial ou ‘merdas inertes’? Temos conhecimento dos problemas de cada continente e de cada país. Da mesma forma, cada continente tem conhecimento dos problemas dos países que o englobam…
– Pretendem intervir na administração mundial de forma igual como interveio na briga dos rapazes, bem como na festa realizada na residência dos Boris?
– Perfeitamente.
O ex-membro do Conselho medita e observa:
– Existem cinco a seis países que são arrochados.
– Os Boris também são arrochados. No entanto, com o tranco estão “pianinhos”.
–…
– Não pretendemos alterar particularidades de nenhuma nação. Seja no campo religioso, político ou racial. O que pretendemos é colocar sobre a mesa o que há séculos, se não há milênios, aquilo escondido sob o tapete, como você muito bem sabe. Os frágeis e abandonados continentes não serão mais frágeis e abandonados. Os frágeis e abandonados países não serão mais frágeis e abandonados. Não queremos briga, mas, se vier…
– Levarão sopapos. – diz Helaise.
– O que desejam de mim? – quis saber o ex-membro do Conselho.
– Aponte-nos o que precisa ser feito e faremos.
– ... Pretendem estabelecer de forma inusitada o que há séculos, se não há milênios, é escondido sob o tapete.
– Sim.
O ex-membro medita.
– Tentarei ser menos radical. – diz.
– Sua radicalização o afastou de nosso convívio. Terá cinco dias para nos apresentar o que precisa ser feito.
Foram quatro dias de pesquisa intensa na internet. No quinto dia, mais uma vez reunidos, o convidado, ex-membro do Conselho, entrega aos ex-colegas apresentável pasta. Ao sentar-se explica:
– Extraídos de fontes oficiais. Cataloguei, a nível, mundial, 1665 nomes de afortunados, cujas riquezas, somadas, dariam para comprar o mundo, quem sabe até o universo. O último da lista, o mais fraco, acumula consigo vinte bilhões de dólares. Fortuna em patrimônio e em espécies depositadas nos bancos que se enchem. Aponto também curiosa escalada: no ano de 1970 eram 1245 trilionários, atualmente são 1665. Percentual crescente em torno de 30%. O mundo é composto por 193 países. Apenas 50% da fortuna desses destacados trilionários daria para complementar durante bons anos, orçamentos e estruturar países dificultosos.
Os membros folheavam as pastas.
– Você menciona revisão nos projetos espaciais. – aborda o presidente.
– Achatamento do teto de gasto e estudo do que seria realmente interessante para a Humanidade. Um sugador sem precedentes. Porém, como podem também observar, estabeleço prazo de aquietação por dez anos.
Um dos membros diz:
– Uma vez em prática, ouviremos que o mundo passa por retrocesso.
– Naturalmente.
Outro membro quis saber se a administração ideal seria aquela.
– Sim. Em cada país, uma sede do Conselho Máximo Mundial. Acima desse e abaixo de vocês um corpo de diretores.
Os onze membros do Conselho Máximo Mundial meditam.
– Temos poderes para que isso seja implementado. – afirma o presidente.
– Então é só implementarem. – enfatizou o ex-membro do conceituado Conselho.
– Acataram? – indagou o ex-membro.
– As três recentes últimas festas foram realizadas para eles.
A conselheira Helaise, que durante a fala do presidente não tirou as vistas sobre ele, entusiasmada diz:
– Será a nova ordem mundial.
– Ora, somos membros do Conselho Máximo Mundial ou ‘merdas inertes’? Temos conhecimento dos problemas de cada continente e de cada país. Da mesma forma, cada continente tem conhecimento dos problemas dos países que o englobam…
– Pretendem intervir na administração mundial de forma igual como interveio na briga dos rapazes, bem como na festa realizada na residência dos Boris?
– Perfeitamente.
O ex-membro do Conselho medita e observa:
– Existem cinco a seis países que são arrochados.
– Os Boris também são arrochados. No entanto, com o tranco estão “pianinhos”.
–…
– Não pretendemos alterar particularidades de nenhuma nação. Seja no campo religioso, político ou racial. O que pretendemos é colocar sobre a mesa o que há séculos, se não há milênios, aquilo escondido sob o tapete, como você muito bem sabe. Os frágeis e abandonados continentes não serão mais frágeis e abandonados. Os frágeis e abandonados países não serão mais frágeis e abandonados. Não queremos briga, mas, se vier…
– Levarão sopapos. – diz Helaise.
– O que desejam de mim? – quis saber o ex-membro do Conselho.
– Aponte-nos o que precisa ser feito e faremos.
– ... Pretendem estabelecer de forma inusitada o que há séculos, se não há milênios, é escondido sob o tapete.
– Sim.
O ex-membro medita.
– Tentarei ser menos radical. – diz.
– Sua radicalização o afastou de nosso convívio. Terá cinco dias para nos apresentar o que precisa ser feito.
Foram quatro dias de pesquisa intensa na internet. No quinto dia, mais uma vez reunidos, o convidado, ex-membro do Conselho, entrega aos ex-colegas apresentável pasta. Ao sentar-se explica:
– Extraídos de fontes oficiais. Cataloguei, a nível, mundial, 1665 nomes de afortunados, cujas riquezas, somadas, dariam para comprar o mundo, quem sabe até o universo. O último da lista, o mais fraco, acumula consigo vinte bilhões de dólares. Fortuna em patrimônio e em espécies depositadas nos bancos que se enchem. Aponto também curiosa escalada: no ano de 1970 eram 1245 trilionários, atualmente são 1665. Percentual crescente em torno de 30%. O mundo é composto por 193 países. Apenas 50% da fortuna desses destacados trilionários daria para complementar durante bons anos, orçamentos e estruturar países dificultosos.
Os membros folheavam as pastas.
– Você menciona revisão nos projetos espaciais. – aborda o presidente.
– Achatamento do teto de gasto e estudo do que seria realmente interessante para a Humanidade. Um sugador sem precedentes. Porém, como podem também observar, estabeleço prazo de aquietação por dez anos.
Um dos membros diz:
– Uma vez em prática, ouviremos que o mundo passa por retrocesso.
– Naturalmente.
Outro membro quis saber se a administração ideal seria aquela.
– Sim. Em cada país, uma sede do Conselho Máximo Mundial. Acima desse e abaixo de vocês um corpo de diretores.
Os onze membros do Conselho Máximo Mundial meditam.
– Temos poderes para que isso seja implementado. – afirma o presidente.
– Então é só implementarem. – enfatizou o ex-membro do conceituado Conselho.
ILUSÃO OU FATO?